Hoje vou postar algo aqui para não deixar desatualizado. É um post que ja tinha colocado no meu Blog Pessoal, mas vou por aqui porque é mais apropriado. Atenção: Só voltarei a postar a partir do dia 27/07, pois nas proximas 2 semanas é a reta final do período que estou na faculdade e está cheia de provas e trabalhos. Bom, vamos ao post! Até mais galera!
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Quando sentimos um ventinho subindo por nossa pele... Buáá... serão espíritos? Vultos assustadores? Quem sabe? Ou não.. São apenas pequenos ventos. Quando a porta começa a ranger... Cuidado ladrão! Ou não seria apenas um pequeno vento que bateu na porta? Ufa! Mistério solucionado pelo nosso lindo cérebro. Nossas pupilas se dilatam captando mais luz para que se foque mais detalhes da situação, nossos corações batem mais rápidos, nossa frequência respiratória aumenta e com isso maior o fluxo por minuto de sangue, maior aporte de glicose para os tecidos, mais chance de luta ou fuga! Se a situação for então analisada pelo cérebro como não ameaçadora, voltamos ao ritmo normal de nossa fisiologia.
O medo é um conjunto de sensações que surgem por aferências sensoriais (de fora para dentro - via sentidos) somada as aferencias que temos de nossa memória, da carga afetiva de um determinado conteúdo (de dentro pra fora). Por exemplo, quando ouvimos o barulho rangido da porta, quando vemos ela se mover, quando sentimos algum vento sobre nossa pele estimulando os sensores exteroceptivos, todas essas informações convergem para o tálamo, que é uma estrutura onde convergem todas as aferências sensoriais. O tálamo por sua própria posição anatômica e funcional atua como um coordenador das atividades, enviando as aferências sensoriais para pontos específicos do cérebro de forma a conduzir determinada ação.Como o Tálamo não sabe se as informações que vc recebe sensorialmente (visão e audição por exemplo) são de fato perigosas, só pelo fato de poder ser, ele encaminha as informações a outra região do circuito do medo: A nossa amígdala.
A amígdala responde bem à intensidades de estímulos que podem ter valência negativa. A amigdala funciona como um sistema puramente emocional e age como se fosse por impulso. E por impulso, lança impulsos nervosos e adivinha quem sofre? O hipotálamo !! Essa região diencefálica recebe as aferências da amígdala e por ter o controle do nosso sistema nervoso autônomo, nosso direcionamento de alerta, nossa capacidade de agir por comportamentos específicos, o hipotálamo atua desencadeando uma série de reações tanto fisiológicas (internas) quanto físicas (externas). Tomamos então alguma atitude. Esse conjunto de sensações, determinamos e denominamos de medo. Só que calma! Esse é o primeiro caminho do circuito, o caminho emotivo, do impulso, do "pode ser"...Como sabemos que de fato estamos diante de uma situação de risco ou é só um medo msm?
As informações que recebemos das aferências sensoriais, que vão para o córtex sensorial (o que causa percepção), diz que há mais de uma interpretação para aquela determinada sensação! O que fazer? O cortex sensorial se conecta diretamente com o hipocampo! Isso mesmo. O hipocampo. Lá é uma região onde contém neurônios de memória, de espaço, o que é determinante para que o somatório dos resultados seja analisado: Será que é só vento? Será que não é nada demais? O que devo fazer? Pronto! Quando o hipocampo analisa que não há perigo, ele inibe as respostas da amigdala, o que faz a intervenção hipotalamica-vegetativa cessar. Consequentemente, nosso estado de alerta diminui, nossa fisiologia volta ao normal, tudo volta a ser como antes...Então porque sempre o hipocampo não age antes de sentirmos medo? Isso ocorre pelo fato de que esse caminho "alto" do circuito neural demorar mais, por passar por mais estruturas, de forma que sentimos dois relapsos de medo até o hipocampo determinar se a valência daquilo é de fato perigosa...
Resultado de tudo isso: O medo proporciona sim tanto elementos de defesa como apenas elementos construídos pela possibilidade de exercitar alguma defesa. Quanto mais encaramos o medo, menos medo temos! O por que? Por que a valência negativa armazenada pelo hipocampo vai aos poucos diminuindo...